Fonte Selada (2006)

Graça pura ilumina o teu rosto
Acende-me no braseiro do Sol-Posto
Esperei-te anos e mais uns tantos, aflito
Mas a mão do destino já o tinha escrito.

Só te quero ter, ultima quimera
Anunciação do Sol na Primavera
Pois só a dor existe eternamente
Eu que sou um Buda pálido e descrente.

Ai rouxinol não me digas, não digas
Dentro de mim tombam cantigas
Fonte selada, paixão misteriosa
Suavíssima criatura nervosa.

Esse teu silêncio prolongado
Do teu saudoso canto prolongado
Onde eu navego sob um luar de prata
Nunca me esquece a ardente serenata.

Bramia o cântico do triunfo.Palmas…
Era o concerto sinfónico das almas
As oitavas de espuma que eu exalto
Da dor humana,praia do Mar-Alto.

Sou o tripulante do navio-fantasma
Só o teu amor ainda me entusiasma


Mario Mata

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