ANALÓGICA (1998)

Aquela miuda estava tão feliz, e talvez convertida.
Descobrira uma nova forma de pensar da sua existência
E eu curioso disse-lhe: ”Diz ,diz,diz!”, de forma desmedida
“É directa,física,material!”, sem cansar a sua paciência.

“Veja lá que descobri o pensamento cientifico,
instrumento de cultura do aparentar social!”
-Assegura-me o consumidor desse estado mítico
para saber o grau de imbecilidade do destinatário virtual?

“Olhe,essa pergunta não é normal,
aliás para mim não tem lógica
saiba que agora sou mais digital
não está a “dar” ser analógica”

“Eu gosto de entreter o indígena moralista
com berimbaus civilizados, distrai-lo todo o tempo
aquele buffalo sorridente vacamente pluralista.
Meter-lhe à frente dos olhos o “chocalho luminoso” do momento

A civilização, meu caro amigo, a civilização…
…um guiso para o estômago de “açorda ideológica”,
e a dureza real desse propósito da sua acção
subversiva!Não será essa uma deformação do seu gene biológico?


Ah, essa pergunta não é normal
Alias.para mim não tem lógica
Saiba que agora sou mais digital
Não está a dar ser analogica

O pensamento científico pré-histório da evolução
Anda preso à trela da sua forjada incapacidade,
Mas é a nossa mais hábil estratégica invenção,
Ou a recusa desfasada da sua suposta mendicidade

Você quer é converter o selvagem à causa do progresso,
Tirá-lo da condição de rebelde para fiel colaborador.
Sem ser “panzer desgovernado, sem opcção de regresso.
Minha cara amiga:você é ou não é uma complicada a falar de amor?

Ah ,essa pergunta não é normal
Alias,para mim não tem lógica
Saiba que agora sou mais digital
Não está mesmo a “dar” ser analógica !!!

Mário Mata

(PUBLISHING CAPARCA)

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