Biografia

Mário Mata conquistou o público logo com o seu primeiro trabalho discográfico "Não há nada para Ninguém" (81) e fê-lo com todo o mérito artístico. Trabalho de autor, num momento em que a música portuguesa necessitava de uma aragem fresca, o cantor e compositor trouxe a novidade, a sátira, a alegria, a amálgama de harmonias com as de Angola, sua primeira-pátria, a um País então tristonho e afectado pelas suas realidades sociais, ainda mal saído do drama conjuntural e em busca de um caminho de esperança. De repente surge no meio do povo uma voz única e original, com melodias bem construídas na profundidade de um som lusitano, do qual apenas havia a memória do canto livre dos anos 60 e 70 e o êxito foi instântaneo. Utilizando um estilo facilmente captável e compreensível pela generalidade das pessoas, com as características do bardo que sabe moldar as palavras e o ritmo às situações, aí está a sua "Dupla Face", correspondendo ao despertar de um silêncio de dez anos, ocupados em espectáculos por todo o Portugal que sempre lhe repete os refrões até à exaustão. "Não Mata Mas Mói" (82), "Deixa-os Poisar" (86) e "Somos Portugueses" (94) foram os álbuns que ganharam adeptos em cada recanto nacional, bem reforçados pelos singles "Que Grande Seca" (83) e "Nunca Mais é Sábado" 88); todos esses temas colocaram-no num lugar honroso da história melómana deste recanto da Europa. A surpresa será alcançar um sucesso maior com esta nova aposta de Mário Mata. Poderá não mudar nada, como dirá alguma crítica, mas de certeza que trará outras perspectivas de futuro ao acomodado palco da música das terras de Viriato. Ouvir é deixar despertar o desejo de acompanhar, de repetir, de ressuscitar a magia das canções populares que, eivadas de qualidade, já andavam esquecidas por aí...

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