Génio Vagabundo

Eu que já corri tantas pontes
E bebi água d’inumeras fontes
Numa Babilónica jornada
Encontrei a choupana desejada

E mesmo sendo o Infante dos Assombros
Carregando a noite aos ombros
Lisboa esconde o rosto ao Luar aos anos
O Tejo corre sereno para os oceanos

E entre as ruinas do fausto numa manhã derradeira
Eu tambem desaguei ,mas em ti titã feiticeira
Eu canto à distancia as canções do mundo
E nas pedras da calçada cultivo um génio vagabundo

Para deixar Lisboa e a vilanagem
Veio bater-me uma indómita coragem
Bateram dois corações profetas
Duma profecia de poetas

Aqui é meu lar e não exílio
Rasguei o fútil, esconjurei os sábios
A serra é o meu poiso , meu Virgílio
Mas a piada toda está nos teus lábios

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