O PAI (6 de Março de 1998 )

É dificil falar-se da morte de um Homem,
A não ser que o quiséssemos matar,
Por reflexo difuso das forças que não dormem
E na sua imensa incapacidade de amar.

Não simpatizamos com o que não vemos,
Porque nunca o matamos ao certo.
Como a pegada de animal que não conhecemos
E não lemos como um livro aberto

“É bom descobrirmos a verdadeira face do nosso Pai
pena que aconteça no dia em que ele se vai!”

Matar a Família é tomar conciência deles,
E substituir todo o Rei e Senhor
Todo o Príncipe das Trevas.da Luz,e todos eles
Que habitam por nossa conta no nosso interior.

Ao fim e ao cabo,esse nosso “deus vago”,
E desconhecido a quem chamamos Pai
E que age como nós próprios, como Mago
Nos lega uma dependência interna quando se vai

“É bom descobrirmos a verdadeira face do nosso Pai
Pena que seja no dia em que ele se vai!”

O pior é reconhecer a verdadeira face da nossa Mãe
Face de tudo, de todos, da nossa própria Face,
E do Olimpo afectivo que nos funde também
E sente em nós, e por nós fielmente se realce.

Quando invocamos os grandes princípios
Códigos de moral, de honra , dentro de nós
Os grandes vácuos arrastam-nos aos precipícios
E ficam as ausências capitais por ficarmos sós.

“É bom descobrirmos a vedadeira face do nosso Pai
Pena que aconteça no dia em que ele se vai!”

Mário Mata

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